7 de março de 2025
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Bloco Loucura Suburbana toma as ruas do Engenho de Dentro e comemora bodas de prata com o seu cortejo de inclusão e afeto

Evento realizado nesta quinta-feira, 27/02, reuniu moradores, profissionais de saúde mental e clientes do Instituto Municipal Nise da Silveira

Nesta quinta-feira, 27 de fevereiro, o Bloco Loucura Suburbana tomou mais uma vez as ruas do Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio, celebrando 25 anos de história. Com um cortejo marcado por muita emoção, o enredo “Bodas de Loucura”, comemorando as bodas de prata do bloco,  reuniu os clientes do Instituto Municipal Nise da Silveira e suas famílias, além de profissionais de saúde mental e moradores do bairro.

“Participar do Loucura Suburbana é um ato político. A arte é uma ferramenta de cuidado. Vir para o bloco é resistência, é cuidado em saúde mental”, afirma Lidiane Aires Cruz, psicóloga do Deambulatório de Guaratiba.

A adesão dos moradores reforça a importância do bloco, que já se tornou um patrimônio do bairro com seu importante papel na luta antimanicomial, promovendo a inclusão através da cultura e da arte.

 “As bodas de prata do Loucura representam um avanço na luta antimanicomial e pela reforma psiquiátrica. Estar nas ruas do Engenho de Dentro é reafirmar que a loucura faz parte da cidade, com alegria e afeto”, destaca Érica Pontes Silva, diretora do Instituto Municipal Nise da Silveira.

A bateria Insandecida embalou o desfile, marcado por fantasias coloridas e símbolos de liberdade, como o estandarte deste ano: uma criança rompendo uma camisa de força e segurando um pincel.

 “O Loucura Suburbana é um bloco único, que une trabalhadores da saúde mental, a comunidade e foliões no nosso bairro. Isso é revolucionário”, afirma Bruno Dias, morador de Engenho de Dentro.

Mais do que um bloco, o Loucura Suburbana é um movimento de inclusão que atua o ano inteiro com oficinas de percussão e adereços, além de atividades culturais voltadas para a integração social. Desde sua fundação, tornou-se um símbolo de resistência e combate ao estigma da saúde mental. Em 2010, foi reconhecido como o primeiro Ponto de Cultura em saúde mental do Rio e em 2021 recebeu o título de Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Povo Carioca.