25 de novembro de 2025
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Obstinada e incansável, a Portela dribla o chuvisco e supera a escuridão em ensaio explosivo

Sob chuva fina e postes sem luz, a escola fez da rua seu palco, com canto firme, evolução precisa e comunidade pulsando no compasso do samba

Na noite em que o céu parecia conspirar, a Portela mostrou que adversidade não para samba — ela o fortalece. Mesmo sob chuvisco persistente e com trechos do percurso sem iluminação pública, a escola manteve seu ritmo, seu canto e sua vibração intactos. A rua virou extensão da quadra, a comunidade cantou com alma e o ensaio se transformou em espetáculo de união e potência.

Cada ala, cada componente, parecia saber seu papel na engrenagem que avança para 2026. A bateria soou com precisão, puxando a escola com segurança. O casal de mestre-sala e porta-bandeira dançou com graça e firmeza, evidenciando ensaio, técnica e entrega. O carro de som embalou o canto da comunidade, que respondia com intensidade: voz uníssona, peito aberto, coração no compasso.

E mesmo entre gotas e sombras, a Portela fez da rua uma arena de afirmação. O enredo reverberou, o samba impulsionou, a escola avançou com alegria e determinação. O ensaio não teve lampejos apenas — teve persistência, presença e poder comunitário. A comunidade estava ali, vibrando, cantando, ocupando o espaço e confirmando que a festa grande não espera por condições perfeitas. Ela acontece no aqui, no agora, com quem acredita e participa.

No fim, a sensação foi de vitória suave — não de enfrentar a chuva, mas de dançá-la, de incluí-la no ritmo, de torná-la parte da festa. A Portela saiu da rua maior, mais unida, com a certeza de que preparação exige corpo, canto e alma — e que quando esses três caminham juntos, nem o céu cinza vira obstáculo: vira cenário.