25 de novembro de 2025
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Viradouro desafia a chuva e reafirma seu padrão de força

Um ensaio que virou catarse coletiva, onde a água caiu pesada, mas o canto subiu ainda mais forte, lavando a alma da comunidade

A chuva não intimidou a Viradouro. Pelo contrário: transformou o ensaio em um momento de potência emocional, daqueles que marcam a memória da escola. Sob o aguaceiro, o vermelho e branco tomou a avenida com firmeza, brilho e um canto que parecia atravessar a tempestade. A comunidade seguiu unida, ensopada, vibrando cada verso com a convicção de quem sabe que ensaio molhado é sinal de entrega verdadeira.

O chão escorregadio virou cenário de superação. A evolução se manteve coesa, as alas avançaram sem perder energia, e o corpo da escola mostrou preparo físico e mental. A bateria sustentou o ritmo com a mesma precisão de sempre, provocando vibração até nos momentos em que a água batia forte no asfalto. Entre surdos, caixas e tamborins, o ritmo se impôs como resposta à própria força da natureza.

O canto foi o grande protagonista. Mesmo sob chuva intensa, a voz da Viradouro ecoou cheia, firme, poderosa, mostrando que a conexão entre comunidade e samba está afinada. Era possível sentir no ar a mistura de garra, emoção e orgulho, uma espécie de renascimento a cada trecho puxado em uníssono. A escola parecia lavar o próprio espírito, fortalecendo o que já vinha sendo construído com rigor.

No fim, a sensação era de vitória silenciosa: a Viradouro saiu da rua maior do que entrou. O ensaio sob chuva não foi obstáculo, foi símbolo. Um rito que reforça que qualidade não depende de céu limpo, mas de verdade, preparo e alma. E isso, a escola tem de sobra.