Mocidade ensaia a liberdade: voz, samba e rua em compasso de reta final
Na Avenida Ministro Ary Franco, em Bangu, a Mocidade devolveu à rua o frescor da esperança. Sob o luar de um sábado que cheirava a promessa, a comunidade verde-e-branca se reuniu para mais um ensaio de rua: samba, canto, batuques e uma energia que soava como aviso — “a festa vem aí”. A voz de Igor Vianna, firme e do centro do peito, encontrou o eco da comunidade com o samba-enredo em homenagem a Rita Lee, e fez o céu de Bangu pulsar ao compasso da Estrela Guia.
Quando o casal de mestre-sala e porta-bandeira surgiu, Diogo e Bruna — com seus giros, passos e gestos afiados — carregaram a expectativa dos velhos carnavais e a renovação de quem sabe que samba é misto de memória e futuro. A comissão de frente trouxe o universo de “Doce Vampiro” com movimento e coragem: corpos que dançavam a melodia, rendendo reverência à liberdade, tema que a escola escolheu celebrar.
O samba pegou, a comunidade cantou junto, os refrões explodiram com força no ar — e a Mocidade deixou naquela rua o rastro vibrante de quem está “se encontrando” de novo. A preparação aponta firmeza, mas também alegria: porque a escola não ensaia só para desfilar, ensaia para emocionar, para recriar a alma de quem vive o samba com intensidade.

