27 de outubro de 2025
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Império Serrano divulga versão final do samba-enredo para o Carnaval 2026

Composição passa por ajustes e ganha nova roupagem com o intérprete Vitor Cunha

O Império Serrano revelou nesta sexta-feira (24) a versão DEMO do seu samba para o Carnaval 2026, do enredo “Ponciá Evaristo Flor do Mulungu”, na voz do intérprete Vitor Cunha. A composição homenageia a escritora Conceição Evaristo e tem as assinaturas de  Hamilton Fofão, Dudu Senna, Leandro Maninho, Cláudio Russo, Lico Monteiro, Jorginho da Flor, Silvio Romai, Marco Aurélio, Victor Mendes, Mateus Pranto e Gabriel Simões.

Em relação à versão apresentada na disputa, o samba passou por ajustes na letra e ganhou um novo trecho antes do refrão, parte que havia sido apresentada durante os tira-dúvidas, mas não entrou na versão concorrente. A mudança foi feita porque a sinopse do enredo retrata as mulheres históricas do Império Serrano recebendo Ponciá Evaristo Flor do Mulungu na escola. Outra mudança foi o fato que não há mais refrão no meio, sem repetição nos versos “Pra Folia de Reis, chamo vô e chamo tio / Na Folia de Reis, vou vivendo por um “fio” / Ô lê lê, lá vem batuque, pra congada começar”.

Angorô, vira menino! Angorô, não vou virar!

Conheça a letra:

Sou eu, a Flor do Mulungu

Brilham os olhos d’Água! Orayeyê! É de Mamãe Oxum!

Sou Ponciá Consagrada

Entregue às palavras

E ao axé das ancestrais

Se tempos atrás

Ecoavam vozes do porão

Hoje reescrevo a história

poesia a despertar nas pretas mãos

Nos becos da minha memória

Meu verbo é ouro de aluvião

Meu verso é barro de artesão

Pra Folia de Reis, chamo vô e chamo tio

Na Folia de Reis, vou vivendo por um “fio”

Ô lê lê, lá vem batuque, pra congada começar

Angorô, vira menino! Angorô, não vou virar!

Não é fácil emergir nesse contraste

Benevuto, a maldade, não quer me ver sorrir

No refúgio desses becos e vielas

De mãos dadas com Sabela

Eu só quero ser feliz

O Rio que me acolheu me ensinou também a florir

Vi muita gente de lá no rosto negro do povo daqui

Sou eu quem dá voz à caneta que silencia o fuzil

Me torno imortal no Livro Brasil

Malungo! Que Negro- Estrela possa ser reconhecido

Sem o choro de um futuro interrompido

Por todo preto, escreviver!

“A gente combinamos de não morrer!” (Combinamos de não morrer!)

Chamei Maria, preta velha jongueira…

Vovó Joana, pra benzer Madureira 

Busquei Ivone pra matar essa saudade 

O negro é raiz da liberdade!

É Kizomba de preta literatura!

É escrita sem censura no Império a florescer!

Casa de Preto também é Academia

Serrinha… Ponciá Yalodê!

Em 2026, o Império Serrano será a quarta escola a desfilar no dia 14 de fevereiro, sábado, pela Série Ouro, na Marquês de Sapucaí.

Fotos: Gabriel Belmiro