4 de novembro de 2025
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Mangueira recebe nesta semana Coletivo de artistas Indígenas amapaenses em seu Barracão

Verde e Rosa promove Intercâmbio Cultural Indígena com o grupo Waçá Wara, que vai contribuir para a produção artística do desfile

Visita visa reforçar ainda mais a identidade e a troca dos saberes ancestrais que a escola levará para a Avenida no Carnaval 2026

A Estação Primeira de Mangueira recebe nesta semana um grupo de artistas indígenas do Oiapoque. O Coletivo Waçá Wara, de múltiplas áreas artísticas como artes visuais, teatro, audiovisual, dança e música, embarcou rumo ao barracão da Verde e Rosa para uma imersão artística que celebra ancestralidade, arte indígena e trocas culturais. Foram três dias de atividades em que estiveram presentes os artistas Claudemir dos Santos, Davi Marworno, Dieimisom Sfair, Diogo Karipuna, Jhon Karipuna, Noel Henrique, Tairene Karipuna e Yermollay Caripoune.

​A vivência reforça ainda mais a identidade que a Verde e Rosa levará para a Avenida no Carnaval 2026. Ao contar a história de Mestre Sacaca e das tradições afro-indígenas da Amazônia Negra, a narrativa do desfile se inicia com o Turé, ritual indígena realizado no Oiapoque, cidade de origem do coletivo de artistas. Além disso, foi com os povos originários que o Doutor da Floresta trocou conhecimentos sobre a medicina ancestral. Vale lembrar que duas comitivas da Mangueira já foram recebidas no estado do Amapá.

​“O objetivo deste intercâmbio entre os artistas do barracão da Mangueira e os do coletivo Waçá Wara é o pleno respeito às singularidades percebidas na imersão da nossa equipe no Oiapoque e à produção visual em andamento na Cidade do Samba para o desfile de Fevereiro, gerando pertinência, adequação e referencial identitário no cortejo que estamos preparando para a verde e rosa!”, declara Sidnei França, carnavalesco da Mangueira.

​“Esses artistas indígenas foram convidados pela Mangueira no momento em que o carnavalesco e sua equipe de pesquisa visitavam o Oiapoque”, detalha Clicia Di Miceli, secretária de Cultura do estado do Amapá. “Agora eles terão a chance de levar para o mundo um pouco da nossa pluralidade e diversidade”, conclui.
​Para Clicia, a imersão é um momento muito importante para o estado, uma demonstração concreta de que a relação com a Mangueira é uma parceria com total reciprocidade.

​“Nossos artistas indígenas estão lá, com os barracões abertos, para imprimir seu olhar, sua arte singular e sua marca nas alegorias contribuindo para o desfile que será apresentado na Marquês de Sapucaí. É um momento de reflexão sobre o papel desses artistas indígenas no mundo. Eles estão acompanhando de perto o processo de produção, sugerindo e fazendo trocas significativas, vivendo a cultura do maior espetáculo do planeta. Isso só é possível porque a Mangueira é uma escola que entende a importância das vozes e da representatividade”, conclui a secretária.

​“Viemos para ver e entender o que está sendo feito. Mas também para trazer nossa visão de mundo, nossa vivência como indígenas e como coletivo de artistas”, diz Davi Marworno. “Para nós é um momento que estava sendo esperado com muita expectativa”.

​O coletivo Waçá Wara tem como principais características e objetivos:

​Fortalecimento cultural: O coletivo visa valorizar e fortalecer as culturas indígenas por meio da arte.

​Visibilidade: Busca dar maior visibilidade à arte indígena e contemporânea, desmistificando estereótipos.

​Transmissão de conhecimento: Atua na preservação e transmissão de saberes e tradições ancestrais para as novas gerações.

​Representatividade: Os artistas buscam maior representatividade em seus próprios territórios.

​Expressões artísticas:
O trabalho do coletivo abrange diversas formas de arte, misturando elementos tradicionais com linguagens contemporâneas:
​Pintura corporal e em telas
​Dança e performance
​Artesanato (bolsas, cuias, objetos de madeira)
​Grafismos e marcas tradicionais

​O Waçá Wara já participou de eventos de grande importância, como a Assembleia dos Povos Indígenas de Oiapoque e a Assembleia da COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), onde realizou exposições de sua arte. O coletivo também já foi destaque no Sesc Amazônia das Artes e em exposições como a realizada no Museu Kuahí, no Oiapoque.

​Sobre a Estação Primeira de Mangueira:

​O Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira (ou simplesmente Estação Primeira de Mangueira) é uma tradicional escola de samba brasileira da cidade do Rio de Janeiro, conhecida e admirada em todo o planeta. A agremiação, que tem nas suas cores (verde e rosa) uma de suas marcas registradas, acumula 97 anos de glórias e de histórias e é uma das mais importantes instituições culturais do Brasil. Seus símbolos, o surdo, a coroa, os ramos de louros e as estrelas podem ser vistos na bandeira da escola. Tornou-se um celeiro de bambas que despontou e inspirou lindas obras decantadas em todo o mundo. Foi fundada em 1928, no Morro da Mangueira, pelos sambistas Carlos Cachaça, Cartola, Zé Espinguela, Tia Fé, Tia Tomásia, entre outros. Sua quadra está sediada no bairro do mesmo nome. Detém vinte títulos do carnaval. Atualmente, é presidida por Guanayra Firmino, primeira mulher eleita presidente da Mangueira. (https://mangueira.com.br/)