Exposição no minidesfile resgata e celebra legado de Rosa Magalhães, Maria Augusta e Márcia Lage
Palco e memória se encontram na Cidade do Samba para homenagear três gigantes do carnaval com fotos, textos e emoção
Enquanto a fantasia, o samba e o corpo das escolas desfilavam nas noites de minidesfiles do Grupo Especial, um outro espetáculo — silencioso e profundo — se desenrolava nos galpões da Cidade do Samba. Uma exposição concebida pela diretoria cultural da Liesa reverenciou a trajetória de três mulheres que marcaram a história do desfile carioca: Rosa Magalhães, Maria Augusta e Márcia Lage, reunindo em imagens, textos e lembranças os desfiles emblemáticos que assinaram e imprimiram à avenida camadas de arte, ancestralidade e inovação.
A mostra não é apenas uma galeria de recordações: é um gesto de reverência, de afirmação da importância das mulheres no coração do carnaval. Nas paredes, cada fotografia parecia sussurrar um capítulo da história, cada legenda renovava a memória de quem já dançou sonhos, propôs cenários, coreografou narrativas e imprimiu alma a cada desfile. A exposição trouxe de volta rostos, brilhos, cortes de luz, ritmos e vozes que ajudaram a moldar a estética e o espírito dos carnavais que incendiaram a Sapucaí.
Para quem passava pelos corredores da Cidade do Samba, visitar a exposição foi mergulhar numa câmara da memória — muitas pessoas saíam com os olhos marejados, outras com o canto preso na garganta, todas com a certeza de que o carnaval vive não só no batuque, mas no legado que permanece vivo. Foi um momento de encontro entre gerações: veteranos revendo glórias; novos amantes do samba descobrindo raízes; curiosos conhecendo quem, por trás dos carros e plumas, desenhou carnavais inesquecíveis.
Essa celebração conjunta, no meio da festa, reafirma que o carnaval do Rio não é só espetáculo. É herança, memória e cultura — e mulheres como Rosa, Maria Augusta e Márcia merecem ocupar lugar de honra na história que segue pulsando.

