Iza volta à Imperatriz e a comunidade reconhece no olhar
Presença que não é só agenda: é chão, é vínculo, é pertencimento na Leopoldina
O retorno de Iza ao posto de rainha de bateria da Imperatriz não chegou como anúncio distante, desses que brilham mais na foto do que na rotina. Chegou como reencontro com a escola e, principalmente, com o cotidiano de quem sustenta o samba na pele. Três anos depois de sua primeira passagem, a cantora reaparece num novo momento, e a comunidade faz questão de dizer que a diferença está onde sempre esteve: na presença que se repete, na dedicação que se nota, no jeito de estar como quem é dali.
Para quem vive a Imperatriz por dentro, o que encanta não é apenas o título, mas o comportamento. Há quem fale de uma rainha que sabe o samba, que pisa no ensaio de rua, que aparece na quadra, que não trata a escola como compromisso eventual. A palavra “representa” surge com força, como se fosse senha de pertencimento. E quando a comunidade fala em representatividade, não é figura de linguagem: é a ideia de que aquele lugar de destaque também pode ser espelho, inclusive para territórios que carregam histórias e urgências próprias, como o Complexo do Alemão.
O retorno ganha, então, ares de recomeço. Um novo ciclo, mais maduro, mais compreendido, mais compartilhado. E mesmo quando aparece a cobrança — porque o samba cobra de quem ama — ela vem como afeto exigente: vontade de ver mais, de ter ainda mais junto, de ampliar o vínculo que já está sendo reconhecido como verdadeiro. No fim, o que a Imperatriz parece celebrar não é apenas a volta de uma rainha. É a volta de uma relação que está sendo construída com tempo, com presença e com o peso simbólico de quem pisa no chão e é recebida como continuidade.

