Ano das homenagens: enredos das escolas do Grupo Especial para o Carnaval 2026
O Carnaval 2026 será marcado por homenagens profundas. Entre as doze escolas do Grupo Especial, a maioria optou por enredos que celebram figuras históricas, manifestações culturais, mitos afro-brasileiros e ícones da arte. A festa na Avenida será, mais do que desfile, um ato de memória e valorização simbólica.
Enredos que reverenciam sem deixar de reinventar
- A Acadêmicos de Niterói, em sua estreia no Grupo Especial, escolheu o enredo sobre Lula, “Do Alto do Mulungu Surge a Esperança: Lula, o Operário do Brasil” — homenagem à trajetória política e popular do presidente.
- A Imperatriz Leopoldinense homenageia Ney Matogrosso com seu enredo “Camaleônico”, celebrando a liberdade estética e a multiplicidade artística do cantor.
- A Portela entra com “O Mistério do Príncipe do Bará”, trazendo à luz a figura de Custódio, personagem da tradição afro-gaúcha, em enredo carregado de ancestralidade.
- A Mangueira escolheu “Mestre Sacacá do Encanto Tucuju – o Guardião da Amazônia Negra”, enredo que exalta saberes indígenas e afrodescendentes da floresta.
- A Mocidade faz tributo à cultura pop com “Rita Lee, a Padroeira da Liberdade”, integrando samba e rock em uma homenagem à irreverência da cantora.
- A Beija-Flor aposta no sagrado com “Bembé do Mercado”, explorando a tradição ritualística afro-baiana como patrimônio imaterial.
- A Viradouro, finalista intensa, homenageia Mestre Ciça com “Pra Cima, Ciça”, reverenciando sua contribuição à bateria.
- A Unidos da Tijuca presta tributo literário a Carolina Maria de Jesus, com enredo que resgata sua voz sobre desigualdade, favela e memória.
- O Paraíso do Tuiuti mergulha no culto Lucumí com “Lonã Ifá Lukumí”, pontes entre Cuba, ancestralidade e liturgia afro-latina.
- A Vila Isabel traz “Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um Sambista Sonhou a África”, homenagem ao multifacetado Heitor dos Prazeres.
- A Grande Rio revisita o manguebeat com “A Nação do Mangue”, conectando periferia carioca e força cultural nordestina.
- O Salgueiro faz sua homenagem à Rosa Magalhães com “A delirante jornada carnavalesca da professora que não tinha medo de bruxa, de bacalhau e nem do pirata da perna-de-pau”, celebrando sua trajetória na arte do Carnaval.
O espírito do ano de homenagens
Este carnaval será uma ode à memória brasileira: de personalidades que marcaram cultura, de crenças vivas, de resistências, de referências negras e de trajetórias singulares. É o momento em que o desfile se torna narrativa histórica, plataforma de identidade e celebração coletiva.