Evelyn Bastos – A voz da comunidade no coração da ala
Aos 32 anos, Evelyn Bastos reafirma a tradição que corre no sangue do morro: ser rainha de bateria não é apenas ostentar uma coroa, mas escutar o samba, sentir o chão, representar quem fez a festa desde o primeiro surdo. À frente da bateria da Estação Primeira de Mangueira desde os 19, ela não apenas sambou — sambou por identidade, sob a luz de quem veio da comunidade.
“A festa é do povo, a rainha também tem que ser do povo”
Na entrevista em que soltou essa frase, Evelyn falou alto para quem acha que a coroa cabe apenas à celebridade. O samba, para ela, é raiz, morro, comunidade. Ser rainha de bateria significa pertencer — e ela deixa claro que esse posto foi historicamente construído por quem vive o samba de dentro. Celebridade não é sinônimo de comunidade nem de representatividade.
Resistência e protagonismo feminino
Serrainha de bateria, diretora cultural, líder de juventude da escola-mirim: Evelyn ocupa espaços múltiplos. A voz dela ecoa não só na avenida, mas nas rodas de samba, nos terreiros, nas comunidades. O lugar dela é de quem faz parte, de quem escolhe estar ali por livre vontade, e de quem entende que a festa só acontece porque o povo canta, pula, vibra.
O samba que pulsa no bairro e vira espetáculo
Quando a Mangueira entra na avenida, Evelyn carrega mais do que adereços: carrega história, pertencimento e responsabilidade. A coroa pesa — não pelo brilho, mas pela confiança que a comunidade depositou nela. Na Sapucaí, não será apenas rainha de bateria: será símbolo de quem canta todos os dias, quem não precisa de aplauso externo para saber quem é.

