Grande Rio reafirma identidade e mostra coesão no minidesfile de pré-Carnaval
Com comissão de frente criativa, samba cadenciado e casal de mestre-sala e porta-bandeira em destaque, escola de Duque-de-Caxias dá sinais de consistência rumo a 2026
A Grande Rio entrou na pista da Cidade do Samba com o passo confiante de quem conhece seu lugar no samba — e trouxe consigo uma proposta com alma serena e musicalidade marcada. A comissão de frente, conduzida pelos coreógrafos Beth e Hélio Bejani, entregou uma performance bem ensaiada, com trocas de posições, teatralidade e até acrobacias, evocando a atmosfera do mangue através de pescadores e de um tripé simbólico que chamou atenção pela criatividade e execução.
No centro da escola, o casal formado por Daniel e Taciana apresentou leveza e elegância nos passos, traduzindo firmeza e refinamento. A dança se alinhou com o samba-enredo e comunicou com clareza e emoção — uma sintonia que manteve o espírito da escola vivo e cuidadoso.
A evolução da escola seguiu em ritmo constante: sem pressa, mas sem desvios, a Grande Rio percorreu a pista com organização, usando bem o espaço e evitando desarranjos. A ala da lama, com proposta visual forte, impressionou pela coerência estética e pelo empenho dos componentes que simularam a lama carregando peso de presença e ancestralidade.
Musicalmente, o samba manteve o compasso cadenciado que é marca da escola. A comunidade acompanhou com canto firme — o coro permaneceu coeso mesmo nos trechos mais densos da letra — e a bateria comandada por Mestre Fafá respondeu com precisão e bossa, garantindo o balanço e o ritmo necessários para embalar a apresentação com segurança e alma.
O resultado não foi explosão de espetáculo, mas síndico de controle, identidade e maturidade: a Grande Rio mostrou que sabe dosar ambição e serenidade, entregando um minidesfile que reafirma suas credenciais e sugere que, em 2026, vem com consciência e samba no pé.
