A imensidão da fé vira samba-enredo: Beija‑Flor de Nilópolis homenageia o “maior candomblé de rua do mundo”
Quando o terreiro vira avenida
A Beija-Flor de Nilópolis escolheu para o Carnaval 2026 o enredo que celebra o Bembé do Mercado, realizada há mais de um século em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, reconhecida como a maior expressão de candomblé de rua do mundo. A escola transformou essa cerimônia de fé, ancestralidade e resistência negra em um ato de festa e afirmação — levando o sagrado para o coração da Sapucaí.
Ritmo que nasce da tradição
Entre tambores que cantam o axé e vozes que evocam orixás, o enredo propõe mergulho profundo na cultura afro-brasileira. A Beija-Flor trabalha para traduzir em carnaval o giro dos terreiros, os cânticos litúrgicos e a devoção que atravessa gerações. É um samba que não apenas conta história: vive-a com corpo e voz da comunidade nilopolitana.
Escola e comunidade em sintonia
Para a escola campeã, a escolha do tema representa reconectar com as raízes mais genuínas: a resistência preta, o morro que vibra, o povo que cria a folia. A parceria entre comunidade, diretores e criação da Beija-Flor veste a ideia de protagonismo como pilar — mais que desfile, é celebração identitária.
O que a avenida vai assistir
Quando fevereiro chegar e as luzes da Sapucaí acenderem, a Beija-Flor levará ao sambódromo mais que alegorias: levará ritual, energia e poder. O “maior candomblé de rua do mundo” será desfilado, cantado e respeitado. A festa será para ver, ouvir e sentir — porque o samba também é rito, também é fé, também é voz que se recusa a silenciar.

