“Rita Lee, a Padroeira da Liberdade” – sinopse da Mocidade Independente de Padre Miguel para o Carnaval 2026
A escola abraça a ousadia da rainha do rock nacional e transforma sua trajetória em convite à liberdade, à transgressão e à expressão plena
Rita Lee surgiu no mundo para arrombar a festa e sacudir um Brasil que já perdia suas cores para o cinza chumbo da mesmice. Sua invasão foi um sopro libertário: misturou rock britânico, psicodelia tropicalista e uma malícia inocente que desmontava padrões. Ela fundou um território de rebeldia, de feminino potente, de atitude irreverente — e fez disso seu legado.
A Mocidade toma essa história como estandarte. Vai à avenida celebrar não apenas a artista, mas o espírito de independência que ela encarnou: musical, estética, comportamental. Vai reviver o tempo em que as “Luluzinhas roqueiras” não eram permitidas no clube dos “Bolinha”, vai ativar a revolta simbólica das que ousaram mudar o jogo.
É uma narrativa de metamorfose: da menina que sonhava fora do lugar-comum à mulher que plantou raízes no mundão e floresceu em ritmo de guitarra, cor e liberdade. É também um grito coletivo: que vem da comunidade da Vila Vintém, da Zona Oeste, das ruas, dos estúdios, dos palcos – de quem nunca sorriu calado.
Quando a Mocidade entrar na pista, será com o corpo e a alma de Rita Lee. Cada ala, cada carro, cada fantasia carregará a leveza do pop e a força do protesto. A bateria vai pulsar como guitarra elétrica, a comissão de frente vai coreografar como banda em show, as cores vão brilhar como capa de disco. E o samba–enredo vai ecoar como hino de autonomia e alegria.
Porque liberdade verdadeira se samba, se dança, se veste, se reinventa. E foi isso que Rita deixou: trilha sonora de quem escolhe o próprio ritmo. A Mocidade vai à Sapucaí para exaltar isso: o poder de ser mais, de romper, de criar, de viver.
