18 de dezembro de 2025
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Musa da comunidade, Dandara Oliveira celebra 30 anos de Vila Isabel em 2026

Filha do Morro dos Macacos, Dandara Oliveira comemora em 2026 um marco raro no Carnaval carioca: três décadas de dedicação ininterrupta à Unidos de Vila Isabel. Sua história com a azul e branca começou cedo, aos seis anos, desfilando na ala infantil, e se transformou em uma trajetória de pertencimento e representatividade dentro da comunidade.
Ao longo dos anos, Dandara trilhou diferentes caminhos na escola. Foi passista, princesa de bateria e, há quase três décadas, ostenta com orgulho a faixa de musa da comunidade, um posto que ela representa com responsabilidade. Além de brilhar na avenida, Dandara também atuou como professora em projetos sociais da agremiação, ensinando samba e cidadania a crianças, jovens e adultos, reforçando a ligação entre a escola e o território que a sustenta.
Para Dandara, a relação com a Vila Isabel vai muito além do Carnaval. “Para mim é emocionante demais, porque a minha vida se mistura com a da Vila Isabel. Tenho 37 anos e, desses, 30 são dedicados à escola. Cresci, vivi e criei meus filhos dentro da Vila. Tudo o que aprendi como pessoa vem dali. Não existe um momento da minha vida em que eu não estivesse na quadra ou em algum evento da escola. A Vila Isabel é a minha história”, afirma a musa.
Ao completar 14 anos à frente do posto, Dandara reafirma seu papel como símbolo de orgulho para a Vila Isabel e como inspiração para mulheres negras e sambistas. Sua presença traduz a força, a ancestralidade e a autenticidade da escola.
Em 2025, a agremiação celebrou mais uma edição da disputa que elege as musas da comunidade, consagrando três novas representantes criadas no Morro dos Macacos: Ciça Ferreira, Yasmin Carvalho e Juliana Moraes. As três estreiam na avenida levando a tradição da azul e branca adiante e fortalecendo o legado construído por Dandara.
Emocionada ao ver novas mulheres da comunidade alcançando esse posto simbólico, Dandara destaca a importância de manter as raízes da escola vivas. “Sempre achei fundamental valorizar as meninas da comunidade. Fui por muitos anos a única musa criada na Vila e, mais do que um mérito pessoal, o mais importante foi abrir caminho para que outras meninas também pudessem representar essa raiz. A escola só cresce quando mantém a raiz forte, e ver essas meninas hoje com a gente me deixa muito feliz”, completa.

Fotos: Divulgação Vila